Geração distribuída de energia: Quais as regras e como funciona

Geração distribuída de energia:

A geração distribuída (GD) é uma modalidade de produção de energia elétrica que permite a geração no local ou nas proximidades do ponto de consumo, diferenciando-se da geração centralizada que é composta por usinas de grande porte conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN). 

O SIN é responsável por transmitir e distribuir a energia gerada em grandes usinas até os pontos de consumo por meio de uma extensa rede.

A GD se destaca pela utilização de fontes de energia renováveis como eólica, solar e biomassa. Entre essas, a tecnologia solar fotovoltaica é a mais predominante, respondendo por mais de 98% das instalações de GD no Brasil. 

Essa preferência se deve principalmente aos custos mais acessíveis e à versatilidade que a energia solar oferece, tornando-a uma opção atrativa e eficiente para consumidores que buscam alternativas sustentáveis e econômicas para suas necessidades energéticas.

Vantagens da Geração Distribuída

A geração distribuída de energia oferece diversas vantagens sob os pontos de vista econômico, ambiental e social, tornando-se uma alternativa cada vez mais atrativa no cenário energético atual.

Primeiramente, a geração distribuída contribui para a redução de perdas no sistema elétrico. Como a energia é produzida no próprio local de consumo ou próximo a ele, evita-se a necessidade de transporte a longas distâncias. 

Isso não apenas reduz as perdas inerentes ao processo de transmissão, mas também diminui a necessidade de altos investimentos em infraestrutura de linhas de transmissão, resultando em um sistema elétrico mais eficiente e econômico.

Além disso, a geração distribuída promove a ampliação de investimentos no setor energético. Incentivando pessoas e empresas a produzir sua própria energia, o modelo descentralizado permite que os investimentos sejam feitos com capital próprio ou financiado. 

Isso alivia a necessidade de investimentos governamentais ou de processos burocráticos e demorados, como os leilões para a construção de grandes usinas, agilizando a expansão da capacidade de geração de energia.

A descentralização também facilita a expansão da matriz energética, permitindo uma rápida resposta à crescente demanda por eletricidade no país. Isso resulta na redução dos custos e no aumento da disponibilidade de energia elétrica, beneficiando consumidores e a economia como um todo.

Do ponto de vista ambiental, a geração distribuída incentiva o uso de energia limpa, promovendo fontes alternativas como solar, eólica e hídrica. 

Esse enfoque reduz a dependência de combustíveis fósseis e contribui para a diminuição das emissões de gases de efeito estufa, tornando a geração de eletricidade mais sustentável e ambientalmente correta.

Por fim, a geração distribuída tem um impacto positivo na geração de empregos. A instalação de pequenos geradores de energia elétrica em diversas localidades movimenta a economia local, criando empregos em setores variados, desde a fabricação até a instalação dos sistemas. 

Isso não apenas estimula o desenvolvimento econômico regional, mas também fomenta uma cadeia produtiva diversificada e resiliente.

Fontes Utilizadas na Geração Distribuída

A geração distribuída pode aproveitar diversas fontes de energia renovável para produzir eletricidade de forma descentralizada. Entre as principais fontes utilizadas estão a energia solar, eólica, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas.

  • Energia Solar: A energia solar, especialmente por meio de sistemas fotovoltaicos, é a mais comum e propícia para a geração distribuída. Módulos fotovoltaicos, ou placas solares, podem ser instalados em telhados de residências, empresas, estacionamentos e até mesmo no solo. Esses sistemas atuam como mini ou micro-usinas, gerando energia para o autoconsumo. A versatilidade e a facilidade de instalação em diversos locais tornam a energia solar uma escolha ideal para a geração distribuída.
  • Energia Eólica: A energia eólica utiliza a força dos ventos para gerar eletricidade. Em áreas com boa incidência de ventos, pequenas turbinas eólicas podem ser instaladas para complementar ou até mesmo substituir a energia fornecida pela rede elétrica tradicional.
  • Biomassa: A energia da biomassa é gerada a partir de materiais orgânicos, como resíduos agrícolas, florestais e urbanos. Pequenas instalações podem utilizar biomassa para produzir eletricidade, aproveitando resíduos que, de outra forma, poderiam ser descartados, promovendo a sustentabilidade.
  • Central Geradora Hidrelétrica: As Centrais Geradoras Hidrelétrica são instalações de geração hidrelétrica de menor porte, que utilizam a força da água para gerar energia elétrica. Essas centrais podem ser instaladas em rios e pequenos cursos d’água, proporcionando uma fonte de energia renovável e de baixo impacto ambiental.

Os geradores distribuídos, independentemente da fonte utilizada, operam em paralelo com a rede elétrica tradicional. Isso significa que o consumidor é alimentado simultaneamente pela rede elétrica e pelo seu gerador próprio. 

Esse paralelismo permite maior flexibilidade e segurança no fornecimento de energia, garantindo que o consumidor tenha acesso contínuo à eletricidade, mesmo que a produção do gerador próprio varie.

Como Funciona a Geração Distribuída no Brasil

A geração distribuída com sistemas fotovoltaicos tem ganhado popularidade no Brasil desde 2012, quando a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) publicou a Resolução Normativa No. 482. 

Essa normativa criou a modalidade de geração distribuída conectada à rede elétrica de baixa tensão, permitindo que tanto pessoas físicas quanto jurídicas gerem sua própria energia elétrica e se conectem ao sistema elétrico de forma simplificada e sem muita burocracia.

Para implementar sistemas de geração distribuída de baixa tensão, há algumas exigências básicas. 

Os projetos precisam ser assinados por um profissional qualificado, como um engenheiro ou técnico, que assume a responsabilidade técnica. 

Além disso, os sistemas devem ser homologados pelas concessionárias de distribuição de energia para garantir que atendam às normas e padrões técnicos necessários.

Os sistemas de geração distribuída no Brasil são classificados em duas categorias principais:

  • Microgeradores distribuídos: São aqueles que possuem uma potência inferior a 75 kW (quilowatts). Essa classificação abrange a maioria das residências e pequenas empresas brasileiras, permitindo que esses consumidores gerem e consumam sua própria energia de maneira eficiente.
  • Minigeradores distribuídos: Com potência superior a 75 kW e inferior a 3 MW (megawatts), esses sistemas podem se conectar tanto às redes de baixa quanto às de média tensão. Para minigeradores, existem algumas exigências adicionais para a conexão ao sistema elétrico, devido à maior complexidade e impacto potencial na rede.

O limite máximo estabelecido para a geração distribuída no Brasil são sistemas de até 3 MW. Esse teto permite a instalação de mini-usinas, que podem atender demandas maiores, como as de médias empresas ou pequenas indústrias.

Desde a implementação da RN 482/2012, a geração distribuída, especialmente por meio de sistemas fotovoltaicos, se expandiu rapidamente no Brasil. 

Atualmente, existem geradores distribuídos em mais de 5.100 municípios, abrangendo todas as regiões do país. 

Essa expansão demonstra a viabilidade e a aceitação dessa modalidade de geração de energia, contribuindo para uma matriz energética mais diversificada e sustentável.

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